Indústrias de energia elétrica do Brasil
A primeira unidade produtora de energia no Brasil foi a usina termelétrica instalada em Campos, no ano de 1883, com a potência de 52 kW. Uma pequena usina hidrelétrica, nas vizinhanças de Juiz de Fora, ao lado de duas outras usinas termelétricas, já se achava em exploração no ano de 1889. Três décadas depois, em 1920, cerca de 300 empresas serviam a 431 localidades do país, dispondo de uma capacidade instalada de 354.980 kW, sendo 276.100 kW em usinas hidrelétricas e 78.880 kW em usinas termelétricas.
Em 1939, o número de empresas se tinha elevado a 1.176, às quais pertenciam 738 hidrelétricas, 637 termelétricas e 15 usinas mistas. Sobre o total de 1.044.738 kW, as hidrelétricas detinham 85% da capacidade instalada, ou 884.570 kW. Não havendo ainda instalações para transmissão de energia a grandes distâncias, o mercado brasileiro estava dividido territorialmente entre duas grandes empresas.
Uma nova política de expansão da indústria de eletricidade, apoiada na iniciativa estatal, começou a ser implantada a partir de 1948, com a instalação a 15 de março desse ano, da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), empresa de economia mista, que teve um papel pioneiro no setor de energia elétrica. A ela se seguiram várias outras empresas em cada uma das unidades da federação: a Cemig, em Minas Gerais, a Uselpa e a Cherp (incorporadas depois na Cesp) em São Paulo, a Copel, no Paraná, Furnas na região Centro-Sul etc.
O passo seguinte de enorme importância no programa de expansão da indústria de eletricidade no Brasil foi dado com a Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.), criada pela lei n. 3890-A, de 25 de abril de 1961, e instalada em junho de 1962. Sob a jurisdição do Ministério de Minas e Energia, é responsável pela execução da política de energia elétrica no país. Opera como empresa holding, através de quatro subsidiárias de âmbito regional: a Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte S.A.) na região Norte; Chesf (Companhias Hidrelétricas do São Francisco S.A.) na região Nordeste; Furnas (Furnas Centrais Elétricas S.A.) na região Sul.
Em todos os estados, é associada a companhias que geralmente pertencem aos Governos Estaduais. Em janeiro de 1978, a Eletrobrás adquiriu o controle acionário do grupo Light, pagando US$ 380 milhões.
Em 1968, a Eletrobrás celebrou convênio com a Comissão Nacional de Energia Nuclear para a construção da primeira usina nuclear no Brasil, Itaorna, Angra dos Reis - RJ, com a capacidade de 627 MW, e que em meados dos anos 80 estava em fase de testes. O acordo nuclear com R.F.A, em 1975, assinalou novas e ambiciosas metas do Brasil, no setor, estimuladas pela crise mundial do petróleo. No total da produção hidrelétrica brasileira, terá papel relevante, quando completada a usina de Itaipu, construída em convênio com o Paraguai, com potência instalada de 12.600 MW.
Ao longo das últimas duas décadas, o consumo de energia elétrica apresentou índices de expansão bem superiores ao Produto Interno Bruto (PIB), fruto do crescimento populacional concentrado nas zonas urbanas, do esforço de aumento da oferta de energia e da modernização da economia.
As classes de consumo residencial, comercial e rural obtiveram expressivos ganhos de participação, enquanto o segmento industrial teve participação menor neste crescimento, principalmente pela utilização de tecnologias mais eficientes no uso final da eletricidade, aliada às medidas de racionalização de consumo postas em prática especialmente na década de 90.
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